Ouvir o estudante muda tudo

Ouvir o estudante muda tudo

Alunos da Celso Lisboa contam como é estar no centro do processo de aprendizagem

Recentemente, tivemos mais uma edição do Exame Nacional do Ensino Médio, Enem, e quase quatro milhões de jovens, considerando os que compareceram às provas dentre os 5.095.305 inscritos, anseiam pelos resultados que podem levá-los ao ensino superior.

Além da tensão comum para o momento, outro sentimento costuma vir à tona uma vez passadas as provas: a expectativa. Foi assim para Agape Mattos, atualmente graduando em Farmácia. Ele conta que sempre se interessou pela área da saúde e, inicialmente, desejava cursar medicina e se especializar em cirurgia plástica.

“Após o Enem, vi que Medicina seria mais complicado e que Farmácia seria uma opção por conta da minha afinidade com química e por querer ficar na área da saúde”.

Por indicação de um amigo, começou a estudar no Centro Universitário Celso Lisboa, esperando uma metodologia tradicional, como a que o amigo que o indicou cursava.

“Achava que ia encontrar exposição de conteúdo, prova, trabalhos etc. Mas minha turma é a primeira da área da saúde na nova metodologia da LIGA e foi muito diferente, porque eu não entendi direito o que era, mas me vi numa sala super diferente, professores, trabalhos em grupo, roteiro de aprendizagem...”

 

Aprendizagem significativa

A declaração de Agape chama atenção para a reflexão sobre cognição como propõem Regis e Messias (2012), como discussão do que são e como se articulam homem, mundo e pensamento — o que não é novo. Para eles, colocar o corpo, a tecnologia e as interações sociais no interior do processo cognitivo é criar abertura para outras formas de aprendizado e construção de conhecimento.

Quando a combinação resulta na compreensão sobre para que serve o conhecimento, o estudante se apropria do processo, valorizando uma aprendizagem até então desconhecida. Agape afirma que uma das melhores coisas é desenvolver projetos.

“A gente coloca em prática tudo o que aprendeu ao longo de um ciclo ou semestre. A parte de não ficar tão passivo na sala também é muito boa. De fato, quando a gente corre atrás do saber a gente absorve muito mais. Para mim isso é muito interessante”.

 

Outra forma de entender as coisas

Rafael do Couto Gomes havia decidido que Engenharia era o curso da sua vida. Ele estava quase abandonando o curso de Civil, quando veio a chamada do ProUni para Engenharia Ambiental e Sanitária na Celso Lisboa.

“As aulas tinham outro método de explicar e ajudar a entender as coisas. Me senti abraçado”.

Rafael não sabe, mas vivenciou na prática a ideia de Clark (2001), que defende que a cognição não se dá em estágios, mas de forma integrada, na qual “para resolução de qualquer tarefa o foco da atenção se modela a partir das situações concretas vivenciadas” (REGIS, MESSIAS, 2012, p.44).

Além de terem se encontrado em novas metodologias de aprendizagem e na parceria com professores no processo de busca e construção de conhecimento, os dois estudantes têm algo em comum: estão empregados antes do término da graduação.

“Faço iniciação científica no Laboratório de Engenharia Sanitária da UERJ e ocupo cargo de inovação tecnológica no Instituto Nacional de Tecnologia do Rio de Janeiro”, orgulha-se Agape.

Já Rafael faz estágio na sua área e se sente preparado.

“Quando fazemos algo que nos deixa felizes e satisfeitos todos os dias, são férias”.

 

Educação continuada e mercado de trabalho

Andresa Lopes Ribeiro Britto está em outro momento profissional. Acabou de se formar em Gestão de Recursos Humanos, trabalha como secretária executiva e está prestes a iniciar um MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, sua paixão. Para ela, a escolha da graduação aconteceu a partir do valor do curso.

“Esperava seguir no mesmo modelo de ensino. Logo no primeiro dia de aula tive uma grande surpresa. Ao chegar, me deparei com três professores totalmente soltos, andando pela sala e interagindo com os alunos. Percebi que era o início de uma jornada bem diferente de tudo o que eu já havia experimentado antes”.

Diz ela, que acredita que o ensino tradicional proporciona conhecimento, mas leva o estudante a uma rotina cansativa de focar em passar nas provas.

“Se me sinto preparada para o mercado de trabalho? Sim, claro”.

 

Processo de colaboração

A metodologia que conquistou os três estudantes acima começou a ser construída em 2015, a partir do entendimento de que a educação é uma responsabilidade compartilhada entre professores, estudantes, gestores, espaços de aprendizagem, dentre outros atores. Em sua primeira versão, a LIGA 1.0 consistia em um passo a passo para guiar o educador em suas decisões em sala de aula. Foi quando ficaram evidenciadas as necessidades de mudanças estruturais.

Barreiras na estrutura curricular, de salas de aula, modelo de trabalho de docentes e educadores, formatos de aulas, avaliações, ... tudo precisava ser repensado para que as mudanças pudessem estar integradas à Celso Lisboa e à sociedade. A LIGA 2.0 não tratava mais de metodologia, e sim de abordagem. Mais ainda não era o suficiente.

De nada adiantava uma abordagem totalmente diferente nos espaços acadêmicos se as relações de trabalho se mantivessem as mesmas na instituição. Por isso, a LIGA 3.0 evoluiu para um conceito de ecossistema de aprendizagem, colaborativo, com todos estimulando relações de aprendizagem, mutuamente.

“O método que me fez aprender faz com que a gente se movimente. A troca entre alunos e professor é fantástica”.

Conta ela, que diz que o desejo de aprender sempre é seu diferencial.

 

Referências:

REGIS, Fátima; MESSIAS, José. Comunicação, tecnologia e cognição: rearticulando homem, mundo e pensamento, in Tecnologias de comunicação e cognição. Porto Alegre: Sulina, 2012.

Guia conceitual da LIGA 3.0. Rio de Janeiro: Celso Lisboa, Liga. 2ª Edição.

 

Escrito por Cecília Oliveira

voltar